quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

(11)- CHINA DE LAO TSÉ E CONFÚCIO

A China, fechada ao norte por grandes desertos e extensões geladas, ao sul por montanhas e florestas, ao oeste por altas montanhas e grandes áreas arenosas e ao leste pelo oceano, tem uma superfície de doze milhões de quilômetros quadrados. China, entretanto, é o nome que lhe foi atribuído pela Europa, especificamente pelos gregos, cuja raiz é Dinastia ou Sinae, Thinae ou ainda Thsing, porque seu nome dinástico era “Hai-Tchug-Kue” que significa Reino dos Thsing.

Depois de nossas divagações a respeito da raça branca, que se constituía dos antigos árias no ambiente da Terra, é cabível examinarmos a árvore mais antiga das civilizações terrestres, a fim de observarmos a assistência carinhosa e constante do Divino Mestre para com todas as criaturas de Deus.
Inegavelmente, o mais prístino foco de todos os surtos evolutivos do globo é a China milenária, com o seu espírito valoroso e resignado, mas sem rumo certo nas estradas da edificação geral.
Quando se verificou o advento das almas proscritas do sistema da Capela, em épocas remotíssimas, já a existência chinesa contava com uma organização regular, oferecendo os tipos mais homogêneos e mais selecionados do planeta, em face dos remanescentes humanos primitivos. Suas tradições já andavam de geração em geração, construindo as obras do porvir.
Daí se infere que, de fato, a história da China remonta a épocas remotíssimas, no seu passado multimilenário, e esse povo, que deixa agora entrever uma certa estagnação nos seus valores evolutivos, sempre foi igualmente acompanhado na sua marcha por aquela misericórdia infinita que, do Céu, envolve todos os corações que latejam na terra.
Fonte: Livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
E psicografado por Francisco Candido Xavier

No período Neolítico - 5000 a.C. – a China era uma sociedade agrícola com bases matriarcais. Em suas vastas planícies, as comunidades tribais procuravam instaurar no cotidiano a mesma norma divina que pressentiam existir quando observarem o iluminado céu noturno. A partir da figura mítica do grande sábio Fu Xi, surge um código celestial que reflete a perfeição da criação. Essa inscrição, que foi localizada no dorso do chamado Cavalo-Dragão, foi denominada Ho Tu, ou Mapa do Rio.
O sentido da ordem celestial se desenvolveu a partir da compreensão que o centro do universo era o local de onde tudo havia surgido, e por conseqüência, a Estrela Polar se tornou o símbolo dessa localidade porque em seu eixo girava a haste das sete estrelas que compunha a constelação da Ursa Maior, ou Bei Dou. Constituiu-se assim a era de ouro na qual a figura dos três Reis-Xamãs, Yao, Shu e Da-yu, representava a compreensão das forças da natureza. Segundo a lenda, Yao possuía a capacidade de “voar” para as outras galáxias, enquanto Shu tinha acesso às esferas celestes. É este último que transmite todo o seu conhecimento ao filho Da-Yu, aquele que posteriormente receberia o título de detentor do poder sobre as águas.
Conta-se que Da-Yu viu no casco da tartaruga-sagrada do Rio Luo um código que mostrava o fluxo da energia terrestre e o chamou Luo Shu, que significa Mapa do Mundo Manifestado. Teria sido Da-Yu ainda que - além de introduzir o bronze na China - teria sido o fundador da primeira Dinastia - Xia, 2200-1765 a.C. - quando ao conseguir reprimir as enchentes do rio Amarelo - Huanghe – salvou seu povo e ensinou às primeiras comunidades nômades o segredo da sazonalidade.
Coube a Da-Yu dividir aquele grande território em nove províncias, atribuindo, a cada uma delas, funções específicas. Desenvolveram-se, assim, os estudos da origem dos fluxos espaços-temporais, dos Ventos – Feng, e das Águas -Shui. É neste período que é elaborado o primeiro Livro das Mutações, o Lian Shan.
De acordos com os escritos sagrados, Da-Yu, além de ser mestre-agrimensor e mestre da forja, era uma criatura imortal que falava a língua dos animais.
Dinastia Shang - 1756 – 1027 a.C. – A sociedade mantinha-se pelo meio da exploração da agricultura através da mão-de-obra escrava. Cultuava a luxuria e, por ser selvagem, em seus rituais, em nome dos ancestrais praticava sacrifícios humanos para aplacar as forças da natureza. Inscrições encontradas em cascos de tartarugas e ossos, revelam que estava em desenvolvimento um sistema de escrita e um princípio religioso que posteriormente viriam a ser confirmados nos escritos sagrados “Kuei Tsang” ou Livro das Mutações de Shang, uma das bases do conhecido Yi Jing.
Dinastia Zhou - 1028 – 221 a.C. – Consagra-se o oráculo Zhou Yi – As Mutações dos Zhou, devido ao aprimoramento do Yi Jing por parte de Rei Wen, que elabora os chamados julgamentos ou versos dos 64 hexagramas. Seu filho - Duque de Zhou - é o responsável pela explicação das Linhas e Confúcio, por sua vez, lhe acrescenta sua visão social utilizando para isso as Imagens e os Comentários chamados Dez Asas. O tratado sobre o Yi é somado à criação do Taoísmo e Confucionismo, e as Teorias do Wu Xing - Cinco Ciclos, e do Yin e Yang, ao estudo do Feng Shui. Essa dinastia é separada em:
· Zhou Ocidental, até 771 a.C. Considerado o período dos reis sábios, ou seja, aqueles que se caracterizaram pela paz interna e pelo conceito do mandato celeste, esclarecendo melhor, o divino direito de comando por parte dos governantes. Nesse período desenvolvem-se os primeiros estudos relativos ao Feng Shui a partir das técnicas de Xiang Di - uma prática geomântica que visava encontrar terras férteis e melhores localizações para os santuários.
· Zhou Oriental, até 221 a.C. Considerado o período das grandes inquietações, inquietações estas que tiveram inicio com as invasões bárbaras que levaram ao assassinato do Rei e a mudança da capital para Luoyang - atual província de Henan. Nessa época, o comando central impôs um sistema de impostos que incidia sobre a produção agrícola e o uso da terra.
Ainda nessa fase, 400 a.C., surge o Nei Jing, o primeiro compêndio de medicina chinesa que explicava detalhadamente a teoria milenar do Wu Xing, as primeiras referencias a respeito do Zodíaco Chinês e ainda a atribuição, como consta nos manuscritos astrológicos, das enchentes e das secas que afetavam a agricultura, ao posicionamento das constelações no céu. Alem disso, nessa fase, nasceu o método geomântico/radiestésico chamado Zham Bu, para avaliar a qualidade do solo e das águas subterrâneas, e a primeira bússola, conhecida como Si Nan, que era composta por dois elementos: uma colher magnetizada que sempre apontava para a Bei Dou - Ursa Maior e a Estrela Polar - e um prato quadrado que em sua base continha inscrições. Essa bússola era também utilizada nos rituais divinatórios.
Nessa etapa multiplicaram-se as cidades-Estados guerreiras tornando-se cada vez mais comum cintá-las por altos muros. Os projetos imperiais, por sua vez, começam a obedecer a regras geomânticas e ritualísticas, assim sendo, a morada do Imperador passa a ser determinada, e conseqüentemente ciclicamente alterada obedecendo às estações do ano e correspondências astrológicas.
Foi nessa época que viveram os sábios “Lao Tsé” e “Kong Fo Tzé” mais conhecido como Confúcio. Surgiram também as bases que culminariam na divisão do conhecimento em “Tradição Invisível”, a compreensão dos mistérios do universo e “Mi Djun”, o visível e Harmonia do Mundo Cotidiano.

Lao Tsé (Lao Tzu) - Existe uma obra chinesa muito antiga chamada Shi Chi - apontamentos históricos - que diz que Lao Tsé, cujo nome verdadeiro era Erh Dan Li, teria nascido no sul da China numa região chamada Ch’u por volta de 604 a.C. Além das informações contidas nesta obra, pouco se sabe em termos confiáveis a respeito da sua vida, a não ser o que procede dos seus versos chamados “Tão te King”. Desta forma, enquanto algumas fontes dizem que após ter vivido na China por oitenta anos, ao longo dois quais foi o guardião dos arquivos do tribunal imperial, entristecido e desiludido porque seus semelhantes não enveredavam pelo caminho da bondade, se dirigiu ao Tibet. Outras contam que Lao Tsé, após tornar-se guardião dos arquivos imperiais de Loyang, província chinesa de Honan onde viveu até a idade de 160 anos, aborrecido com a hipocrisia e a decadência da sociedade, decidiu-se a procurar a virtude em ambientes mais simples.
Lao Tsé, ao chegar aos limites do território chinês, em Hang Pass, conheceu um guarda chamado “Yin Xi” (Yin Hsi) com o qual, conversando longamente, desabafou a sua magoa. Este, maravilhado com a sua sabedoria, sentiu-se na obrigação de lhe pedir que, custasse o que custasse, tomasse as providencias para legar seus conhecimentos á posteridade. Para fazê-lo, não havia alternativa a não ser deixá-los por escrito. Ele, que jamais aceitara escrever o que ensinava porque acreditava que a natureza, por si mesma, já era um mestre muito mais confiável do que a palavra de um homem, pensou a respeito do que o guarda dissera e se convenceu. Ali mesmo redigiu a coletânea de 81 versos que chamou “Tão te King”. “Tão”- modo de toda uma vida, ”te” - o ajuste da vida pelo homem e “King” - testos, em síntese, o resumo da sua sabedoria.
O Tão te King para o povo chinês, é a mesma coisa que o Evangelho de Jesus para os cristãos.
Mais uma vez na coletânea dos seus aforismos, plagiando o que já vimos nos escritos religiosos hindus e Budistas, são antecipados, mesmo se com metáforas diferenciadas, partes dos ensinamentos que Jesus veio a exemplificar pessoalmente séculos depois.
Uma lenda chinesa diz que Lao Tsé foi “concebido imaculadamente” por uma estrela cadente, e que permaneceu no ventre materno por 62 anos para que pudesse nascer com os cabelos brancos. Por esta razão era chamado “O Velho Mestre”. Não devemos esquecer que nas culturas orientais, contrariando frontalmente a ocidental, até hoje no idoso é reverenciada alem da ancestralidade, a sabedoria.
Assim como o nascimento de Lao tsé não tem registro, sua morte também não foi historiada porque depois que deixou a china nada mais se soube a seu respeito. Outra lenda, no entanto, se responsabiliza por esta parte. Conta que ele deixou a terra com a idade de 162 anos depois de se ter transformado em um dragão.
Seus versos são adaptáveis a todas as atividades a todos os lugares e a todas as épocas. É por este motivo que existem centenas de interpretações diferentes, cada uma delas especialmente direcionada para um determinado campo de atividade.
No começo o Tão te Ching - pronuncia-se Dão Dê Jing - destinava-se aos sábios, aos lideres políticos e aos governantes chineses, mas, através dos séculos, tornou-se uma obra que passou a ser utilizada por todos aqueles que se interessam por ela.
O Tão Te Ching pode ser considerado mais um texto de aplicações praticas do que ensinamentos doutrinários diretos, sendo que originariamente era composto por 5000 caracteres que descreviam o poder da natureza e o seu funcionamento.
Lao Tse desejava que a sua filosofia permanecesse apenas como um modo natural de vida gerenciado pelo trinômio: bondade, serenidade e respeito. Sendo assim, ele não constituiu nenhum código de comportamento, preferindo ensinar que a conduta de cada individuo devia ser governada pela bondade.
No oriente o Taoísmo é praticado de duas formas: a filosófica e a religiosa. Cada uma delas, no entanto, estuda a natureza sob seu próprio ponto de vista. Assim, enquanto os Taoístas filosóficos vêem nos ensinamentos do Tão apenas um método de vida, um guia para viver buscando essencialmente a harmonia entre o ser e a natureza - acreditam que se compreendendo os segredos que harmonizam a natureza é possível alterá-la através de processos alquímicos, os Taoístas religiosos, diferentemente, acreditam que existe um lugar onde grandes e pequenos deuses estudam a natureza e procuram formas de mudá-la através de cerimoniais e artes marciais.
Em síntese, o Taoísmo baseia-se em um dos princípios herméticos da tabua das esmeraldas, o da polaridade, e a partir disso vê a bi-polaridade da natureza e por conseguinte em todo o universo. Este seria miscigenado por componentes opostos: hard/soft – claro/escuro – bom/ruim – masculino/feminino – etc. Deste modo, como tudo tem duas polaridades, uma foi chamada Yang - pronuncia-se yong - e a outra Yin.

Há outras interpretações a respeito do que significa nome Tão te King. Entre elas uma entende que “Tão”, corresponde a Leis da Virtude e Seus Caminhos. ”King”, a livro escrito ou manuscrito, e “te” ao Infinito, Essência, ou Consciência Invisível. É chamado ainda o “Livro de Como as Coisas Funcionam” , o “Livro Que Revela Deus” ou ainda o “Livro que Leva à Divindade”.
Muitos confundem Confucísmo com Taoísmo, no entanto, enquanto Confúcio era um legislador cujos ensinamentos direcionavam as pessoas para os aspectos políticos da vida e do bom relacionamento social - não intervindo diretamente nos aspectos religiosos - Lao Tsé enfoca a metafísica através de aplicações práticas como se vê nos seus versos. Alguns exemplos:
Nas profundezas do insondável, jaz o Ser.
Antes que o céu e terra existissem, Já era o Ser,
imóvel, sem formas.
O vácuo, o nada, berço de todos os Possíveis.
Para além de palavras e pensamentos está o Tão,
origem sem nome e muito menos formas.
A grandeza,
a fonte eternamente borbulhante:
O ciclo do Ser e do Existir.

O excesso de luz, cega.
Som em demasia, ensurdece.
Muito tempero afeta o sabor.
O ímpeto das paixões desequilibra o coração.
O querer o impossível destrói a ética.
Por isso o sábio em sua mente,
quantifica um limite para todas as coisas.
Os valores materiais lhe são apenas cartazes que o alertam,
para se preparar para o invisível.

O Senhor dos céus é bom e generoso,
e o homem sábio é um pouco de suas manifestações.
Na estrada da inspiração, eles caminham juntos,
e o sábio lhe recebe as idéias que enchem a vida de alegrias e bens.

Confúcio na qualidade de missionário do Cristo, teve de saturar-se de todas as tradições chinesas, aceitar as circunstâncias imperiosas do meio, de modo a beneficiar o país na medida de suas possibilidades de compreensão. Ele fez ressurgir os ensinamentos de Lao-Tse, que fora, por sua vez, um elevado mensageiro do Senhor para as raças amarelas. Suas lições estão cheias do perfume de requintada sabedoria moral. No “Kan-Ing”, de Lao Tsé, eis algumas de suas afirmações que nada ficam a dever aos vossos conhecimentos e exposições do moderno pensamento religioso: “O Senhor dos Céus é bom e generoso, e o homem sábio é um pouco de suas manifestações. Na estrada da inspiração, eles caminham juntos e o sábio lhe recebe as idéias, que enchem a vida de alegria e de bens”
Lao-Tsé, de cujos ensinamentos Confúcio fez questão de formar a base dos seus princípios, viveu seis séculos antes do advento do Senhor, e, em face dessa filosofia religiosa, avançada e superior, somos obrigados a reconhecer a prodigalidade da misericórdia de Jesus, enviando os seus porta-vozes a todos os pontos da Terra, com o objetivo de fazer desabrochar no espírito das massas a melhor compreensão de seu Evangelho de Verdade e de Amor, que o mundo, entretanto, ainda não compreendeu, não obstante todos os seus sacrifícios.
Fonte: livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier.

Confúcio nasceu no ano de 551 a.C. e, ao chegar à idade adulta, tentou obter o cargo de conselheiro do primeiro ministro. Entretanto, por lhe terem sido oferecidos encargos administrativos subalternos, não os aceitou. Desiludido, renunciando definitivamente a carreira política, fundou a primeira escola e se dedicou ao ensino.
Os “diálogos de Confúcio” - os textos que contem a essência do seu pensamento - foram recolhidos e organizados pelos seus discípulos e são considerados quase que completamente autênticos.
A obra representa para a história chinesa uma completa inovação, mesmo do ponto de vista do autor, porque pela primeira vez fala na primeira pessoa. O livro da vida evidência, nos trechos da conversação, uma contundente mensagem.
Seus ensinamentos, endereçados indiscriminadamente a todos, especificam a importância do aprendizado e dizem: temos que aprender com os outros “de que forma” se fazem as coisas e não “como utilizar” as coisas feitas pelos outros, porque a nossa finalidade é formar o homem para que se transforme - considerando que a sua capacidade de se aperfeiçoar é ilimitada - em uma pessoa de valor seja no plano moral como no idôneo, e assim sendo, apto a servir à sua comunidade no plano político.
Confúcio valorizava extremamente a ritualística porque acreditava que conhecendo o patrimônio cultural, em outras palavras, as tradições milenares do seu povo, tornar-se-iam mais fácil para qualquer indivíduo exercer adequadamente as tarefas que lhe eram atribuídas. Este pensamento o levou a se autonomear promotor dos rituais, passando em seguida a organizar a sociedade atribuindo a cada individuo uma função específica, que identificava graças ao modelo e a ordem da natureza e do universo, acreditando que assim era estabelecida uma ligação entre o espiritual e o mundo dos homens.
Para ele, as características de cada evento indicavam o contesto das normas ritualísticas e cerimoniais corretas, conservando na sua etnologia o componente religioso/sacrifical adequado. Esta é a bagagem, acreditava, que o homem deve possuir para comportar-se adequadamente na convivência com seus semelhantes.
Confúcio, sentia a necessidade de estabelecer esta ordem, e por este motivo, aconselhava cada criatura a se comportar - em cada uma das suas atividade - conforme o ritual, em outros termos, de acordo com o protocolo.
Para que o indivíduo aprendesse a se humanizar devia se manter constantemente em relação com seus semelhantes. Contudo, para se comportar com humanismo, era imprescindível que obedecesse aos rituais.
Considerava ainda de máxima importância à correta postura daquele que participava dos rituais, porque acreditava, ao se identificar com a sinceridade da intenção, que o espírito ritualístico explodiria em si mesmo em toda a sua beleza, como explode a harmonia na musica e na dança quando o maestro assume a plena coordenação de todos os musicistas que integram o conjunto que rege.
Confúcio era muito exigente em relação à postura do homem relacionada à vida social, mas não se envolvia com a sua forma de existir. Desta maneira o associava à natureza humana de duas formas distintas: A primeira de mais simples interpretação ressaltava o ponto de vista do filosofo a respeito dos homens: “em comum eles têm a inclinação natural, sendo assim, são similares no que diz respeito à espécie”. A segunda, por ser mais complexa, tinha três diferentes interpretações:
Não existem diferenças entre as qualidades inatas do homem, são as diferenças externas que determinam o seu comportamento.
Não existem no homem elementos negativos, mas positivos que, desenvolvidos, melhoram a sua conduta.
Não existem no homem só elementos positivos, mas também tendências negativas que podem ser eliminadas.
A sua doutrina assumia a tarefa de indicar ao homem como crescer interiormente para favorecer o crescimento de suas qualidades, condição necessária, segundo ele, para se aprimorar e viver melhor moralmente, socialmente e politicamente.
A missão de Confúcio tinha o escopo de aprender e transmitir o princípio que regulamenta o mundo, por esta razão se interessava profundamente pelos homens.
Não se preocupava em conhecer o mundo divino, mas o respeitava e lhe era fiel. A fidelidade, dizia, implica em escutar o céu que age na esfera do sobrenatural - espírito – exprimindo-lhe sua vontade e atribuindo a sensibilidade adequada para lhe dar a condição de interpretar seus desejos. É por esta razão que somente os ineptos, ao não compreenderem os desejos que emanam do céu, continuam sem se aperfeiçoar.
O homem deve conhecer o próprio espírito para controlá-lo, só desta forma poderá se transformar em um ser superior, porque só quem compreende a fundo a si mesmo, através de uma escrupulosa análise do seu aprendizado - as experiências já vividas - pode ter a honra de ser chamado mestre.
O estudo e a reflexão somam-se aos componentes indispensáveis para elaborar a realidade social, uma vez que os dois permitem alcançar a genuína compreensão e reconhecimento da realidade. As bases delineadas por Confúcio para o crescimento moral e intelectual do indivíduo, devem ser procuradas através do estudo e da compreensão.
O homem era visto como um indivíduo que tem qualidades para desenvolver, mas este desenvolvimento só era possível através do contínuo relacionamento com os seus semelhantes.
O mestre acentuava o valor ético e elevava o caráter ao ponto mais alto da sua doutrina. O caráter, formado pela radical homem e do sinal 2, era o sentido que a humanidade devia seguir para atingir um grau de humanismo sempre mais elevado.
O conceito de benevolência não era uma obrigação exclusiva do soberano em relação ao seu povo, mas do homem em relação a si mesmo e em relação a seus semelhantes.
Confúcio julgava que o homem era bom por natureza, e por conseguinte seu comportamento era naturalmente endereçado ao bem. Quando o filosofo se exprimia pela máxima “não imponha aos outro o que você não deseja para si mesmo”, pretendia exortar os indivíduos à não se deixarem levar por desequilíbrios emocionas, utilizando a si mesmos para determinar o que podiam ou não podiam fazer aos outros, uma vez que o altruísmo e a reciprocidade representavam o aspecto mais importante em todos os relacionamentos. Neste contexto, as normas de conduta tradicionais, se observadas e estudadas, eram de grande valia. Este sistema garante uma melhor avaliação de si mesmo e melhora a capacidade de ajuizar, antes de executar, os atos que se desejam praticar em relação aos outros.
A virtude, representada pelo ato de fazer o próprio dever com lealdade, está sempre amarrada à aceitação e a boa execução de todos os deveres que o homem tem que assumir para poder se transformar em uma pessoa de grande virtude.
A virtude tem o dever de manter a correta aplicação das obrigações impostas pela responsabilidade, mesmo se algumas delas, e alguns deveres do homem no caminho da sua elevação, são mais importantes do que outras: a devoção a seus genitores - amor filial - e o respeito em relação aos irmãos, são alguns exemplos.
Para Confúcio a afetividade e o respeito no seio da família eram valores primários. São vários os estágios que o homem deve superar para ser um sábio e estes passam forçosamente pelo amor ao próximo sem nenhuma limitação. São sete são os degraus que devem ser galgados para o crescimento interior do indivíduo:
1. Degrau: pessoa inepta.
2. Degrau: pessoa refinada.
3. Degrau: pessoa de grande humanismo e virtude.
4. Degrau: pessoa de muitos valores.
5. Degrau: pessoa completa.
6. Degrau: pessoa boa.
7. Degrau: pessoa auto-reveladora ou sábia.
Confúcio vislumbrava uma relação simbiotica entre o desenvolvimento moral e a responsabilidade na sociedade, assim, um fator podia ser sinônimo do outro. O filósofo percebia um elo interdependente entre o espírito humanista e o conhecimento superior.
Entendia que a pessoa exemplar é capacitada a ter contemporaneamente todas as qualidades desde que se mantenha fiel à virtude principal. Esta, de acordo com o filósofo chinês, era entendida como participe no processo de maturação do caráter do homem e era qualificada como bondade inata.
Este conceito é expresso muito concretamente e é indicado com precisão através do órgão físico do coração. Ao mesmo tempo, porém, não significa que evidencie somente o lado físico e corpóreo, porque ele entendia que ali residiam também os estímulos emotivos e afetivos espirituais.
Confúcio em sua doutrina defendia que era imprescindível disciplinar a si mesmo para conquistar o respectivo ego, uma vez que via isso tão indispensável como reconquistar as normas de uma boa conduta. O equilíbrio perfeito, no entanto, só é alcançado quando é atingida a completa harmonia entre o homem e o espírito que nele habita, e é este é o objetivo que o homem deve perseguir.
Confúcio afirmava que a análise para chegar a esta compreensão possuía dois estágios: o “subjetivo”, para permitir a compreensão e o aprendizado dos valores morais, e a “objetivo”, com a finalidade de por parâmetros gerais de referencia corretos e concretos em relação aos valores materiais. Todavia os dois deviam acontecer contemporaneamente para o que é justo seja entendido como tal.
Uma conceituação ajuizada deve levar em consideração as condições em que se da a ação conseqüente da decisão tomada. Entendia que a ação correta e justa moralmente exigida, tem uma interdependência muito forte das condições externas que envolvem o individuo no momento em que esta deve ser executada. Por ser assim, o sábio, por ser em si mesmo o artífice consciente do que faz, por ter o controle do seu próprio eu, não está sujeito à pressão dos fatores externos, enquanto aqueles que só conseguem galgar os primeiros estágios, são levados à ação sempre descontroladamente devido à pressão que sobre eles é exercida pelos fatores externos. O ato apropriado, por ser o mais correto e justo em cada situação, é o reflexo de uma honesta integridade moral.
Confúcio sustentava que o homem deve aprimorar quotidianamente suas qualidades morais respeitando as tradições, as normas rituais e as de boa conduta. Afirmava ainda que este caminho era muito simples e conseqüentemente podia ser seguido por todos. Ele asseverava: Se houver retitude no coração existirá beleza de caráter, se houver beleza de caráter, existirá harmonia na casa, se houver harmonia na casa, existirá ordem na nação e se houver ordem na nação, existirá a paz no mundo.
Um dia lhe perguntaram o que achava da morte. Ele respondeu: se não conhecemos a vida, como poderemos conhecer a morte?
Kung-fu-tse – Confúcio – 551 a 479 a.C.

Dinastia Qin - 221 – 207 a.C – Foi uma dinastia vigorosa mas muito curta. Em 221 ocorreu a unificação do território chinês e isso aconteceu quando a fronteira oeste, controlada por Qin, o líder do Estado mais agressivo entre os litigantes, subjugou seu último rival e se autoproclamou um Ser Divino: “Shi Huang Di”. Como novo Rei, impôs um governo altamente centralizado e burocrático a partir da repressão e retaliação dos conceitos filosóficos que pudessem ser entendidos como uma critica ao seu governo.
Logo, muitos testos sagrados foram queimados e teve inicio a perseguição aos confucionistas. A dinastia Qin, entretanto, foi deposta por revoltas sociais. Foi nesse período, com o objetivo de impedir invasões bárbaras, que se iniciou a construção de muros fortificados, muros estes que posteriormente se transformaram em um só: a Grande Muralha.
Nesta fase, em relação ao Feng Shui, desenvolveu-se o Di Mai, ou o estudo das veias do dragão. Traduzindo: os caminhos energéticos terrestres.
Dinastia Han - 206 a.C. – 220 d.C. - Após uma curta Guerra Civil uma nova Dinastia, a Han, assumiu o poder e, mesmo mantendo alguns princípios de governo que haviam sido impostos pela Dinastia Qin, voltou a adotar o Confucionismo como síntese filosófico-social do novo Império. Duas importantes invenções chinesas nasceram nessa epoca: o papel e a porcelana. Nesse período os militares patrocinaram grandes expansões territoriais, principalmente ao oeste - região de Tarim Basin, atual Xinjiang-Uyghur, e ao norte - região do atual Vietnam e Coréia. Após 200 anos o governo dessa Dinastia foi brevemente interrompido pela ação do rebelde Wang Mang – Dinastia Hsin entre 9 e 24 d.C – mas logo depois foi restaurado e se manteve por mais 200 anos. Entretanto, essa interrupção se responsabilizou não só pelo fim do ciclo de prosperidade que o País vivia, mas também pelo crescimento populacional descontrolado que por sua vez foi responsável pelo colapso dos sistemas políticos regionais. A partir desse estado de coisas, a rivalidade que passou a existir entre as lideranças políticas resultou na queda do Império.
Sob esta Dinastia o termo Kan Yu - Céu Terra – passou a ser aceito como uma técnica apurada - a união das análises geográficas com a astrologia - principalmente no que tange ao oráculo de Yi Jing. Na contra partida o Feng Shui tornou-se menos popular.
Ao longo desses anos foi desenvolvida a bússola “Si Nan”, que é considerado o sistema de orientação mais antigo em funcionamento no mundo. Suas características consistiam na inscrição – na sua base - dos oito Trigramas além dos anéis que simbolizam as “Harmonias Universais da Terra” - Di Pan, “do Céu”- Tian Pan e da “Astrologia Lunar” - 28 Xius.
Os Três Reinos e as Seis Dinastias - 221 – 589 d.C. - Período de grandes invasões no território chinês: a dos tibetanos, dos turcos e dos mongóis. Alguns desses povos ao se estabelecerem no vale do Rio Amarelo deram origem a uma fecunda fusão genética e cultural. Nessa fase o Taoísmo de Lao Tsé, em verdade o Neo-Taoísmo (uma conceituação nativa) e o Budismo se difundiram como as grandes “filosofias” da época.
Nasceu neste período o primeiro sumário da geomancia - adivinhação a partir das figuras que se formam lançando terra ou pó sobre uma mesa – que era utilizada para definir a localização e a direção dos túmulos - o chamado Livro dos Mortos escrito por Guo Po entre os anos 267 a 324.
A lenda diz que a arte do Xuan Kong - técnica do Vazio Misterioso - nasceu a partir desse Grande Mestre. As técnicas do Feng Shui passaram a serem citadas pela primeira vez entre o povo e assim se difundiu entre todas as classes sociais.
Dinastias Sui - 589-617 d.C. - e Tang - 618-907 d.C. – Nessa epoca havia tres reinos e a agressividade que existia entre eles estagnava o país. O General Sui Wen Ti, então, conseguiu reunir os dois reinos do norte e, depois de conquistar o do sul, centralizou o governo. Reformulando os impostos, fortaleceu o tesouro real criando as condições apropriadas ao crescimento. Sucedido por seu filho Sui Yang Ti, depois da sua morte, as dificuldades retornaram a se acentuar, dessa vez causada pelos grandes e consecutivos gastos para custear as expedições militares contra a Coréia. Este excessivo dispêndio provocou a queda do Império devido à ruína econômica, política e militar. Da luta pelo poder, desencadeado depois da sua morte, surgiu uma nova ordem, agora pelas mãos do general Li Yuan. Este conseguiu restaurar a governabilidade do país instaurando a organização filosófica do Confucionismo e o budismo como doutrina.
Dinastia Tang – Essa foi, historicamente, a culminância da civilização chinesa, superior até à que a China havia vivido na Dinastia Han. Estimulado pelo intercambio com a Índia e Oriente Médio, o império floresceu de muitas formas, entre as quais tiveram destaque à literatura, a arte, e uma idéia que permitiu o estabelecimento de um dialogo – ate então inexistente – entre o povo e a corte real.
A primeira foi favorecida pela invenção de um sistema de impressão em papel muito produtivo - recurso que popularizou a literatura e a arte no seio do povo, e a segunda tornou-se possível graças a criação de concursos públicos, baseados nas regras sociais de Confúcio, que prepararam os oficiais do governo para exercerem a intermediação de interesses entre o povo e o Rei.
Em 751 d.C. no entanto, durante um período de instabilidade econômica, governamental e política, os árabes invadiram o império e provocaram o inicio de um período de decadência, cujo auge provocou o fim da Dinastia Tang em 907.
Os 50 anos seguintes - de 907 a 960 - testemunharam situações ainda mais difíceis, sendo que a mais grave foi uma grande fragmentação que foi chamada os “Cinco Períodos”.
Nessa epoca as técnicas do Kan Yu foram diferenciadas em Yin Zhai - estudo dos túmulos, e Yang Zhai – estudo das edificações. Alguns acreditam que a separação entre a técnica da Bússola e a da Forma ocorreu nesse período, enquanto outros afirmam que isso não é verdadeiro. Nessa fase começou também a estruturação do Feng Shui em duas vertentes: San-He - incluindo os primeiros conceitos da Escola Ba Zhai / Oito Mansões, e San-Yuan – a separação que se tornaria explícita na Dinastia Song.
Nos tempos da Dinastia Tang viveu o Mestre Yang Jun-Song - 834-900, autor do “Qing-Nang-Ao-Yu”, livro que afirmava que os segredos do Tempo-Espaço encontravam-se no “Ai-Xing-Shu” - método de distribuição das estrelas em uma carta. E que a relação do Ci-Xiong - energias do Yin e Yang e do Wu Xing - Cinco Ciclos do Qi - se expressavam no “Xuan Kong”. Todavia, Yang jamais revelou como fazia isso.
Dinastia Song - 960-1279. - O líder militar Chao Kuang Yin proclamou a nova Dinastia em 960. A característica marcante do novo governo foi centralizar o controle da terra nas mãos do Imperador ao invés de permitir que os governadores administrassem partes dela, uma vez que estes, gerindo-a, poderiam se tornar muito poderosos. A maioria das propriedades chinesas foi então agregadas as que o imperador já possuía.
Historicamente essa Dinastia é dividida em duas partes. Song do Norte, de 960 a 1127 e Song do Sul de 1127 a 1279. A primeira, que se manteve por de 167, findou quando a corte real teve que fugir devido às constantes invasões nortistas, e a segunda teve inicio quando esta mesma corte se estabeleceu no sul. No período Song, contudo, floreceu o desenvolvimento marítimo, e a partir do intenso intercambio comercial e industrial que este promoveu, surgiu uma nova classe social poderosa: a dos mercantilistas.
Culturalmente os Song retomaram os conceitos do “homem ideal” que vigia na dinastia Tang, acrescentando-lhe a intelectualidade, a filosofia e a consciência política que advinha das praticas confucionistas. A adoção oficial do confucísmo, entretanto, teve uma contra partida: o gradativo declínio do Budismo porque, se de um lado - por ser uma religião - era considerada perigosa para o império, do outro, era taxada improdutiva porque, por ser estrangeira, era totalmente ineficiente para a solução dos problemas políticos e práticos do dia a dia.
Em 1215 Gengis Khan, liderando várias tribos mongóis entrou na china do norte e logo depois conquistou Pequim. Coube porem a Kublai Khan, seu neto, a por fim á Dinastia Song.
Nesse período na região norte da China surgiu uma tradição geomântica baseada nos estudos das montanhas, dos vales e dos rios, chamada San-He -Três Harmonias, enquanto no Sul a tradição San-Yuan - Três Ciclos - criou uma outra metodologia baseada na dinâmica do Quadrado Mágico.
Nessa mesma epoca, um Grande Mestre chamado Wu Jiang-Luang, ou Zhong-Xiang, escreveu alguns livros de astrologia e de Kan Yu, entre os quais o “Li Qi Xin Yin” - Princípios do Qi do Coração e a “Explanação do Mestre Wu sobre o Qi”. Nesta mesma fase surgiu ainda a Astrologia “Zi Wei Duo Shu” atribuída ao filósofo taoista Zhen Duan.
Os clássicos “Huang-di Ba Zhai Jing” - O Imperador Amarelo sobre os Oito Palácios, “Huang-nan-wang Jianji Ba Zhai Jing“ - Oito Palácios do Rei Sulista Huai Jiangsu e “Huang-shi-gong Ba Zhai”- Oito Palácios de Pedra Amarela do Homem Velho, afirmam que essa escola foi uma das mais famosas e populares na China.
Dinastia Yuan -1279-1368. - A Dinastia Mongol não chegou há cem anos. Os herdeiros de Gengis Khan caíram sucessivamente no século XIV, e estes insucessos, segundo é dito, tiveram como causa o fato dos mongóis não terem adotado a língua chinesa e as tradições ancestrais desse povo. Ouve outros fatores, porem, e entre eles a revolta que se propagou em quase todas as províncias devido aos altos impostos que esta Dinastia exigia. Essa conjuntura permitiu ao ex-monge budista Chu Yu-Chang assumir a liderança dos revoltosos e, conduzindo-os à vitória sobre os mongóis, os expulsou do território.
Dinastia Ming - 1368-1644 - A dinastia Ming sucedeu-se à expulsão dos mongóis e o Império Chinês, sob a sua diretiva, ao estabelecer acordos comerciais com o ocidente, e implantando um sistema de cobrança de tributos dos Estados vizinhos não-chineses, conseguiu equilibrar sua economia. No tempo, porem, os desmedidos gastos exigidos pelo sistema de defesa que havia sido implantado para preservar o território das invasões inimigas, enfraqueceram o tesouro real. A redundância foi à insatisfação e a revolta das massas.
Quando os rebeldes tomaram a nova Cidade de Pequim, os Ming foram forçados e celebrarem uma aliança com os Manchus para se fortaleceram. Todavia, quando a estes mais tarde foi pedido que deixassem o território, não somente não obedeceram, mas, ao se insurgirem contra a ordem estabelecida, provocaram outra grande sublevação que forçou o último rei a cometer suicídio. Findou assim a Dinastia Ming.
Nesse tempo houve um aprimoramento da Escola Ba-Zhai e do Ba-Zi - Quatro Pilares do Destino, e o Mestre Jiang Da-Hong transmitiu as técnicas secretas das estrelas substitutas para o discípulo Jian Tu. Na Tradição San-He, ainda, foram elaborados estudos clássicos sobre os aspectos formais das Montanhas - Shan Shui Long Pai, e direcionais dos Rios - os Dragões das Montanhas.
Dinastia Qing - 1644-1911 – Quando os Manchus, ex-aliados dos Mings, assumiram o poder, o fizeram não somente invadindo as principais províncias chinesas, mas tomando o controle da Manchúria, da Mongólia e do Tibet. Esse movimento vitorioso foi chamado “rebelião de Taiping”, rebelião essa que foi considerada a mais sangrenta da história chinesa.
Nas últimas décadas do século XIX , devido a razões não esclarecidas, deu-se uma mudança inesperada: A China passou a permitir que governos estrangeiros - principalmente europeus e americanos – assumissem o controle de partes do seu território. Com essa decisão, o já frágil Império Manchu foi derrubado por outra revolução liderada pelo que viria a ser chamado Doutor Sun Yat-Sem.
No Kan Yu, a Escola Xuan Kong Fei Xing - Vazio Misterioso das Estrelas Voadoras - alcançou seu apogeu especializando-se nos estudos “astrológicos” das construções, diferenciando-se da Tradição San-Yuan. Conseqüentemente, surgiu um sem numero de suposições a respeito das técnicas e teorias do Xuan Kong, mesmo porque, no início da Dinastia, havia pelo menos cinco grandes escolas chinesas cada uma dela auto-julgando-se a exclusiva detentoras da sabedoria de Jiang Da-Hong:
Duas obras, a primeira do Mestre Shen Zu-Nai em parceria com seu filho Shen Zhao-Min e com o discípulo Jian Yu-Cheng, intitulada “Shen Shi Xuan Kong” - Estudos de Shen sobre o Vazio Misterioso, e a segunda do Mestre Sam Chuk-Yin - Estrelas Voadoras do Mestre Sam, tornaram-se referências obrigatórias.
A popularização do Método Ba Zhai através da publicação de inúmeros livros – mesmo se cada um deles descrevia técnicas diferentes - tornou-se responsável por muitos conflitos interpretativos a respeito das teorias e funcionalidade desse sistema; conflitos estes que perduram até hoje.
República da China - 1911-1949 – A República iniciada por Sun Yat-sem - sistema político que cresceu com o movimento nacionalista mesmo depois da sua morte – manteve-se até ao termino da segunda guerra mundial, quando o território chinês foi dividido em duas partes: a República Popular da China - com sede em Pequim - e a República Capitalista da China -com sede em Taiwan.

Guerreiros Xi´na de terracota Palácio da paz celestial

Os Guerreiros de Xi'na foram descobertos acidentalmente por camponeses na década de 70. São impressionantes peças em tamanho natural - soldados da cavalaria, cavalariços ajoelhados, cocheiros, cavalos de carro de combate, oficiais de média patente com armadura, guerreiros com armadura, arqueiros em pé, guerreiros em traje de infantaria e generais – em fim, um exercito completo cujos trajes são compostos por pesadas couraças, capas ou batas longas, cobertas por placas quadrangulares, perneiras e sapatos de bico quadrado.
São mais de sete mil guerreiros – um diferente do outro - e cem carros de combate de madeira que, com certeza, compõem um conjunto arqueológico sem igual na história da humanidade. Os soldados distinguem-se dos oficiais por meio de um numero que existe em seus chapéus.
Este exército, que parece estar pronto para o combate, foi enterrado para proteger o túmulo do primeiro imperador Qin Shi Huangdi – aquele que unificou a China em 221 a.C. Estima-se que houve uma mobilização de 700 mil homens, vindos de diferentes partes do império, para a realização dos trabalhos que, segundo consta, levaram ao todo 38 anos. O impacto dessa empreitada - remoção de terra, corte de madeira e procedimentos de modelação - talvez explique o fato de a região de Shaanxi ter sido sacudida por rebeliões que a destruíram por inteiro, deixando intacto apenas o que estava no subsolo. Em 1987 a Unesco conferiu ao mausoléu o título de Patrimônio da Humanidade.

Um comentário: